3.12.13

Lulu e Tubby: o que eles nos mostram sobre a realidade da mulher

*atualizado ao final!

Ok, já vi muita gente opinando sobre o tal Lulu e Tubby e vou meter o bedelho também. Não, não vou apoiar nenhum dos 2, nem mesmo a validade moral de usá-los ou não. Não, não vou dar dicas de como não estar em nenhum deles. Não, não vou advogar sobre como a ânsia de "vingança" nesse tipo de aplicativo não leva a nada. Nada disso. Eu quero mesmo é desabafar meu desaforo com a diferença entre o tratamento das mulheres para com os homens e vice-versa depois de conhecer uma realidade onde se travam guerra dos sexos via celular.

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Fiquei um bom tempo, confesso, sem nem saber que raio era esse aplicativo Lulu, mas eis que, como todos que usam redes sociais, acabei sabendo. Um aplicativo que avalia homens anonimamente. Nem me fedia, nem me cheirava até então. Não sou nem das que defendem com unhas e dentes que as mulheres tem o direito de se vingar fazendo estas avaliações (oi?), nem das que acha inofensivo, nem das que acha o fim dos tempos. Só mais um aplicativo. Eis que, a curiosidade falou mais alto e, em um momento com as amigas e mais uma atitude masculina como as que as mulheres querem se vingar, ou seja, um homem babaca (veja bem, um... não todos), fui conhecer o Lulu. E me surpreendi com o que vi. Não porque fosse horrendo, mas porque era bem mais leve do que eu pensava. Claro, não muda o fato de ser uma exposição desnecessária e tudo mais, mas as hashtags eram bem menos pejorativas que pensei. Até muito bem humoradas e foram alguns momentos divertidos descobrir as hashtags que existiam. Percebi que qualquer pessoa sã não levaria aquilo muito a sério, era uma piada.


E eis que fico sabendo que algum homem (ou vários) levaram a sério e que foi criada a versão masculina, o Tubby (sim, eu sempre fico sabendo das coisas "da moda" depois). E, vi quais hashtags estão sendo sugeridas para ele. Aí sim, me surpreendi. E, ao contrário, a classificação é de cunho puramente sexual e de baixo escalão. Enquanto no Lulu as hashtags (poucas) relacionadas a sexo são apenas no sentido "positivo" (como #TrêsPernas, #Safadonamedidacerta, #bonitoegostosão, etc), no Tubby, são em todos os sentidos (como #DáaBunda, #CurteTapas, #DádeQuatro, #EngoleTudo, etc). Será que só eu enxergo a disparidade??? Claro, que não estou apoiando nenhum dos dois aplicativos, mas estou percebendo como é clara a disparidade feminino vs. masculino que só reflete o que vemos no mundo fora do celular.

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Se alguma mulher sentiu a necessidade de se vingar com o Lulu e alguém argumentou que ela é louca e que as mulheres não sofrem violência física e verbal, esse alguém acabou de ser contradito pelo Tubby. Como disse, não quero apoiar nenhum dos lados, apenas desabafar meu incômodo de ver o "mundo real" e toda sua nojeira em relação ao tratamento da mulher sendo transportado para um aplicativo como se fosse uma "vingança". Vingança contra o que? Os anos e anos que as mulheres já ouviram este tipo de violência em casa, no trabalho, dos amigos, do namorado? Vingança contra a visão que os homens de péssimo caráter (e não todos, mas, infelizmente, um grande número) sempre tiveram sobre as mulheres? Vingança contra a disparidade que existe entre estes mundos? Pelo menos está comprovado com provas irrefutáveis a diferença que existe na forma que uma mulher trata (até para se "vingar") um homem e o modo que as mulheres são tratadas. E, infelizmente, isso não se restringe a um aplicativo de celular. Estes dois aplicativos só nos deixam bem claro quanto a balança pende pra um dos dos lados.

Parece coisa do passado, mas a guerra dos sexos parece cada dia mais atual, cada dia mais bruta e cada dia menos justa a meu ver.


Cammy


Atualização: E então, eis que o Tubby é fake... Mas a questão não é que o Tubby era fake e sim os homens que acreditaram e queriam mesmo esse app (ou será que todos os homens que apoiaram estavam fingindo?), e sugeriram mesmo as hashtags, e as usariam sem problemas, são os mesmo que violentam as mulheres com palavras e atos no dia a dia da vida real. Esse fake só serve pra ver quão fake é o caráter da sociedade.




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