14.2.12

Citações: Quem é o hospedeiro mesmo??

Cheguei ao fim do livro da última citação que postei aqui e me deparei com outra que quis publicar. É bem no final, na reflexão do autor sobre o surgimento de tantos vírus vindos de áreas tropicais (devastadas) nos últimos anos. Talvez um tanto ingênuo ou poético já que o autor não é da área ou o livro seja de 1995. De qualquer forma, é uma verdade. A verdade de que a natureza não nos ataca, nós atacamos a natureza. O livro trata dos vírus, mas a questão pode ser estendida pra outros diversos fatores. Nós desequilibramos a natureza e ela não se “vinga”, como alguns dizem, só se adapta ao nosso transtorno, de forma nem sempre agradável ao ser humano. Na citação em questão, o autor reflete sobre como os vírus chamados “quentes” ou até outros, sempre existiram, foi quando desestabilizamos seu habitat que eles saltaram pra outros, chegando em nós. Se pensarmos bem, faz todo o sentido: a única espécie que parece não entrar em extinção e que só cresce em detrimento das outras é a espécie humana. Se um vírus pensasse, ele provavelmente chegaria à conclusão de que o melhor habitat/hospedeiro, dada a situação, é o ser humano.

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Eis a citação:

“As florestas tropicais são também o maior reservatório dos vírus (...). Quando eles saem de um ecossistema, tendem a se espalhar em ondas através da população humana, como ecos da biosfera agonizante. (...)

Num certo sentido, a Terra está criando uma resposta imune contra a raça humana. Começa a reagir ao parasita humano, à infecção de gente, os pontos mortos de concreto por todo o planeta, a deterioração cancerosa na Europa, Japão e nos Estados Unidos, inundado de primatas que se multiplicam, as colônias crescendo e se espalhando e ameaçando abafar a biosfera com extinção em massa. Talvez a biosfera não ‘goste’ da ideia de cinco bilhões de seres humanos (na época...). (...) A natureza tem meios interessantes de manter o equilíbrio. A floresta tropical tem as próprias defesas. O sistema imune da Terra, por assim dizer, está ‘vendo’ a presença da espécie humana e começa a se revoltar contra ela. A Terra está tentando se livrar de uma infecção causada pelo parasita humano. Talvez a AIDS seja o primeiro passo num processo natural de limpeza.”

("Zona Quente - Uma História Terrível e Real", de Richard Preston)

10.2.12

Citações: A beleza da complexidade

Lembram (sim, eu continuo falando no plural porque tenho fé que mais de uma pessoa lê isso aqui) quando disse que ia colocar aqui citações de livro que achasse interessantes? Pois bem, a citação da vez é bem menos filosófica que a última e não tem o que analisar. É um fato. É um fato que quem é leigo em biologia vai achar bonito, mas quem é biólogo (ou trabalha com vida, saúde e afins) vai ler e pensar "é bem assim". A citação é do livro "Zona Quente - Uma História Terrível e Real", de Richard Preston, que trata de surtos de vírus como Ebola.


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É uma pequena passagem em meio à cena de dissecação de macacos na procura de sinais do vírus, mas é um fato lindo da biologia:

"Em biologia, nada é claro, tudo é complicado, tudo é uma desordem e quando você pensa que compreendeu alguma coisa, tira uma camada e encontra um mundo de complicações debaixo dela. A natureza pode ser qualquer coisa, menos simples."

3.2.12

Obrigada e voltem sempre!

Quatro meses atrás resolvi deixar registrado alguns pensamentos, observações, opiniões ou meras bobagens aqui. Eu sei que pouca gente lê o que escrevo, mas já é mais do que eu imaginava que fosse se dar ao trabalho. Por isso, uma breve relação numérica.

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Depois de 23 postagens (sem contar essa), um total quase assustador de 1684 visualizações de páginas. Muito mais do que eu imaginava ter neste humilde blog. A maior fonte de visitas é, claro, o facebook. Algumas pelo marvel616, twitter, etc... E algumas pelo google. Interessante ver que quem me achou pelo google, pesquisou em geral sobre namoro a distância, um de meus artigos.

1.2.12

Foi só o tempo que errou...

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Tenho postado textos que escrevi antigamente chamando de "arquivo mental". Hoje tenho um especial que achei nos documentos do computador. Há 6 anos, eu perdia meu pai. Há 6 anos, sem aviso algum, da noite pro dia, a idéia que não passava pela minha cabeça, mas assombrava meus pesadelos se concretizou. Tão sem motivos e tão sem querer que piora a dor. A perda de alguém que amamos tanto traz 2 principais dores: a da perda e a da saudade. A da perda é mais aguda, fulminante. Aparece de vez em quando e dói como uma pontada, mas passa. A dor da saudade é crônica, nunca deixa de se fazer presente e te lembra que existe a cada pequeno detalhe. Dói de forma mais contínua e menos pontual. É sobre ela meu texto de um dia dos pais em algum ano passado.